Indicações
Existem situações onde há uma grande reabsorção do tecido ósseo ou uma perda óssea maciça que não pode ser substituída por outro tecido ou material a não ser osso. Eventualmente pode-se retirar fragmentos de osso do próprio paciente ( da bacia, joelho,etc) contudo este procedimento somente é possível se a quantidade necessária for pequena. Para perdas maiores deve-se recorrer a um Banco de Tecidos Músculo-Esqueléticos mais conhecido como Banco de Óssos.
Abaixo estão descritas as principais situações onde seria necessário o uso de transplantes de tecido ósseo.
- Cirurgia do Quadril = revisões de artroplastias
- Tumores ósseos
- Cirurgia da coluna adulto e infantil-principalmente nas escolioses
- Cirurgia do joelho = revisões de artroplastias e nas reconstruções ligamentares (uso de tendão de cadáver)
- Trauma = grandes perdas ósseas
- Cirurgia Buco maxilo fascial = implantes dentários
- Cirurgias plásticas reparadoras
O que é um banco de tecidos ósseos e central de capatação e transplantes
Entende-se por Banco de Tecidos Músculo Esqueléticos (BTME) o serviço que, com instalações físicas, equipamentos, recursos humanos e técnicas adequadas, seja destinado à captação, triagem clínica, laboratorial e sorológica, coleta, identificação, processamento, estocagem e distribuição de tecidos músculo esqueléticos de procedência humana para fins terapêuticos ou de pesquisa. (Portaria do Ministério da Saúde 1686/2002).
A Central de Captação e Transplantes de Tecidos Músculo Esqueléticos (BTME) é um serviço que envolve uma equipe multidisciplinar, com o objetivo de possibilitar o transplante de tecidos músculo esqueléticos, através da captação, e armazenamento destes tecidos. Não é permitido nestes serviços realizar a etapa de processamento dos tecidos, explicada a seguir.
O Estado de Santa Catarina possui apenas Centrais de Captação de Tranplante. Não há Banco de Tecidos Ósseos em Santa Catarina, apenas em São Paulo, Rio de Janeiro, e Passo Fundo (RS).
Doadores
Doador vivo
Doador vivo de ossos é basicamente aquele paciente que é portador de uma Artrose do Quadril e deverá ser submetido a uma cirurgia de Artroplastia do Quadril (prótese). Assim, se retira a cabeça femoral que normalmente é desprezada, mas pode ser utilizada como enxerto ósseo.
Vantagem: Não há necessidade de equipe especializada para captação (pode ser feita pelo cirurgião de Quadril), e elimina-se a fase de processamento.
Desvantagem: A quantidade de osso é muito pequena (beneficia apenas 1 receptor).
Doador cadáver
Vantagem: Proporciona uma quantidade muito grande de ossos e tecidos músculo esqueléticos. Pode beneficiar até 20 receptores.
Desvantagem: A Captação deve ser feita por equipe especializada. O processamento é uma etapa cara e complexa.
Fases do Processo
Captação
Uma vez o doador selecionado pela Central Estadual de Transplantes estar de acordo com todos os critérios exigidos, realizados os trâmites burocráticos e a família assinar o termo de consentimento, uma equipe especializada em captação de Tecidos Músculo-Esqueléticos será acionada.
Este procedimento deverá ser realizado em ambiente cirúrgico (centro cirúrgico) com todos os cuidados de assepsia. Além da captação dos tecidos, neste momento, é realizada a coleta de amostras de sangue, e de material para análise de possíveis doenças do doador. Os tecidos coletados devem ser colocados em caixa térmica para o transporte até o Central de captação e transplantes de Tecidos onde se possa realizar a etapa de processamento.
Após a coleta, o material pode ser estocado em freezers a – 40°C, aguardando o envio para o BTME, ou se em gelo ou gelo seco devem ser encaminhados o mais breve possível.
Processamento
O processamento é a fase onde os materiais são preparados para posterior utilização. Os ossos são limpos, cortados de diversas formas e tamanhos, embalados e identificados adequadamente. Todo este processo deve ser feito em uma sala apropriada para esta finalidade, por técnico especializado.
O Estado de Santa Catarina, ainda não dispõe de condições para esta fase, que requer dispendiosos recursos. Desta forma, uma parceria com o Banco de Tecidos Musculoesqueléticos (BTME) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, permite que realizemos as coletas, e enviemos o material para processamento naquele serviço.
Armazenamento
Depois de processado e identificado, os tecidos devem permanecer estocados em Freezer à menos 85°C.
Esta temperatura permite a estocagem segura por até 5 anos.
Os tecidos armazenados desta forma podem ser distribuídos para sua utilização em Hospitais credenciados para realização de Transplantes de Tecidos Músculo-Esqueléticos
Retirada dos tecidos do doador cadáver
Até 12 horas depois da parada cardíaca em temperatura ambiente
Até 24 horas se o cadáver for refrigerado
Tecidos que podem ser utilizados
Úmero, Rádio, Ulna, Fêmur, Tíbia, Fíbula, Calcâneo, Patela, Hemipelve, Arcos costais, Tendão patelar, Tendão de Aquiles.
Não se retira tecidos e óssos das extremidades (mãos e pés).
O corpo é reconstruído com material sintético ou gesso para que possa ser apresentado adequadamente à família.
O Transplante
O Médico deve diagnosticar a falta de osso e explicar para o paciente e familiares sobre todo o processo, seus benefícios e riscos. Se o paciente estiver de acordo, o médico deve preencher um formulário de cadastramento do paciente e encaminhar para a Central Estadual de Transplantes (em Santa Catarina SC-Transplantes : http://sctransplantes.saude.sc.gov.br/).
Esta por sua vez cadastra o paciente na CNT (Central Nacional de Transplantes) e encaminha a solicitação para um Banco de Tecidos conveniado.
Havendo disponibilidade do tecido o processo se inverte. O Banco avisa a Central Estadual que avisa o médico.
O Tecido Ósseo vem de avião, embalado adequadamente em gelo seco. Se for preciso pode ser guardado em freezer comum por até sete dias. Isto é importante pois, algumas vezes, a cirurgia pode ser adiada por diversos motivos.
Não há qualquer dificuldade na utilização deste tecido, que jã vem preparado e pronto para utilização do Banco.
Mensagem